A notícia mais comentada e vista esta semana em todo o mundo certamente foi a dos sapatos lançados contra Bush durante sua visita ao Iraque. Além de revelar ao mundo os bons reflexos do presidente norte-americano, o jornalista iraquiano Muntadar Al-Zaidi, mandou uma forte mensagem ao mundo. Transportando para nossa realidade, o episódio lembrou o do aposentado que desferiu bengaladas em José Dirceu durante o escândalo do mensalão. Al-Zaidi pode até ter se excedido em seu protesto mas provavelmente sem saber, ele e seu ato simbolizarão o final vaxatório de um presidente com políticas intolerantes para o Oriente Médio. Paradoxalmente é a expressão de desabafo à invasão e ocupação americana do Iraque, mas é também um sinal de que a imprensa está atuando com mais liberdade no país. Levemos em conta que atirar sapatos no Iraque na época de Saddam Hussein não traria muitos benefícios a saúde de um profissional de comunicação.
O mundo parece ter adorado o evento, mas isso não é prova definitiva de que o Iraque está melhor. Bush também não tem motivos para ser recebido como um libertador pelos iraquianos, tendo em vista que deixa um Iraque arruinado, sem perspectivas, entregue à miséria e ao desespero. O país encontra-se em deterioração e a morte de mais de um milhão de iraquianos desde a ocupação americana, deixa claro que o objetivo original era garantir satisfação financeira aos asseclas de Bush. Manter um longo estado de beligerância no Iraque manteve a lucratividade para os grandes conglomerados que assumiram o poder junto com Bush filho.
A cena da sapatada foi transmitida incansavelmente durante toda a semana em muitos canais de televisão pelo mundo, e várias emissoras árabes receberam ligações ao vivo com comentários exaltando o ato como um "momento histórico". Vários blogs e veículos defenderam a libertação do iraquiano, alegando que é preciso mostrar que a democracia no Iraque realmente existe. Em várias capitais árabes, aconteceram fóruns de discussões sobre o ato de Al-Zaidi, e em jornais como o diário egípcio Al-Ahram e o palestino Al-Quds, seus editorialistas afirmaram que o presidente americano recebeu um "presente de Natal" do povo iraquiano. Comentaristas da rede Al Jazeera trataram Al-Zaidi como herói e não esconderam seu contentamento com as imagens, pedindo sua soltura de acordo com a liberdade de expressão e democracia, prometida pelo novo regime iraquiano. A New TV, ofereceu publicamente um emprego ao jornalista, que se encontra preso com alguns dentes e costelas quebradas, e um dos olhos seriamente machucado.
Bush deixará a presidência em breve, sem direito a Nobel da paz, e com a lembrança da sapatada democrática que quase levou. Deixa exposto de forma brutal sua condição arrogante e desastrada de chefia de governo perante o mundo inteiro. Transformou-se em uma grande piada, é verdade, porém a imprensa que representa os povos do Oriente Médio demonstrou que vive a apologia da mediocridade e do fundamentalismo. Incapazes de separar os interesses sócio-políticos e culturais da atividade jornalísitca, ficaram tão perdidos para entender a causa de Al-Zaidi, quanto Bush. Expressão da indignação ou um ato de violência? No futuro o gesto do jornalista com certeza parecerá vitorioso pelo conforto que proporcionou, e a lealdade ideológica da imprensa do mundo árabe talvez não seja relevantemente compreendida e apoiada. Ou não!
O mundo parece ter adorado o evento, mas isso não é prova definitiva de que o Iraque está melhor. Bush também não tem motivos para ser recebido como um libertador pelos iraquianos, tendo em vista que deixa um Iraque arruinado, sem perspectivas, entregue à miséria e ao desespero. O país encontra-se em deterioração e a morte de mais de um milhão de iraquianos desde a ocupação americana, deixa claro que o objetivo original era garantir satisfação financeira aos asseclas de Bush. Manter um longo estado de beligerância no Iraque manteve a lucratividade para os grandes conglomerados que assumiram o poder junto com Bush filho.
A cena da sapatada foi transmitida incansavelmente durante toda a semana em muitos canais de televisão pelo mundo, e várias emissoras árabes receberam ligações ao vivo com comentários exaltando o ato como um "momento histórico". Vários blogs e veículos defenderam a libertação do iraquiano, alegando que é preciso mostrar que a democracia no Iraque realmente existe. Em várias capitais árabes, aconteceram fóruns de discussões sobre o ato de Al-Zaidi, e em jornais como o diário egípcio Al-Ahram e o palestino Al-Quds, seus editorialistas afirmaram que o presidente americano recebeu um "presente de Natal" do povo iraquiano. Comentaristas da rede Al Jazeera trataram Al-Zaidi como herói e não esconderam seu contentamento com as imagens, pedindo sua soltura de acordo com a liberdade de expressão e democracia, prometida pelo novo regime iraquiano. A New TV, ofereceu publicamente um emprego ao jornalista, que se encontra preso com alguns dentes e costelas quebradas, e um dos olhos seriamente machucado.
Bush deixará a presidência em breve, sem direito a Nobel da paz, e com a lembrança da sapatada democrática que quase levou. Deixa exposto de forma brutal sua condição arrogante e desastrada de chefia de governo perante o mundo inteiro. Transformou-se em uma grande piada, é verdade, porém a imprensa que representa os povos do Oriente Médio demonstrou que vive a apologia da mediocridade e do fundamentalismo. Incapazes de separar os interesses sócio-políticos e culturais da atividade jornalísitca, ficaram tão perdidos para entender a causa de Al-Zaidi, quanto Bush. Expressão da indignação ou um ato de violência? No futuro o gesto do jornalista com certeza parecerá vitorioso pelo conforto que proporcionou, e a lealdade ideológica da imprensa do mundo árabe talvez não seja relevantemente compreendida e apoiada. Ou não!